UM ANJO,
OU UM SÍMBOLO?
Um corpo pequenino, perdido numa praia longe de casa!
Um pingo de gente que conheceu cedo demais a indiferença e a maldade humana, mas ao mesmo tempo, símbolo de muitas tragédias e o alerta para o que muitos não querem ver!
Um corpo inerte de uma criança que o mar devolveu a uma praia que não era sua!
Um rosto sem vida que outrora sorriu, ao imaginar-se um dia, num jardim florido, onde o chilrear dos pássaros, silenciaria memórias aterradoras e o estrondo das armas!
Com seu irmão, de mãos dadas, combateriam os medos, os pesadelos e sob a fresca aragem da paz e o doce colo materno, as memórias seriam mais ténues e os fantasmas, mais longínquos...
Na infância, é fácil acreditar no mundo e mais ainda na esperança de um amanhã...
A morte, é a ficção ignorada e incompreendida pelas crianças, porque embora alguns a vejam de perto, não acreditam que possa ser já para eles, ou ser o sono sem madrugada.
Aylan e Galib, embarcaram com seus pais, numa longa viagem de esperança, sonhando com palácios de chocolate, caixotes de brinquedos, sorrisos e muitos rebuçados, mas apenas sentiram a indiferença e conheceram uma realidade tão negra e suja, como as almas dos seus principais protagonistas.
Será que alguma vez souberam o que é ser criança?
Deles, restou para o mundo, apenas a foto de um corpinho frágil e sem vida, enroscado na areia e banhado pelas águas de um mar impiedoso e enganador.
Os seus corpos, descansam agora na terra onde nasceram, porque os sonhos, são como as flores, murcham e caiem-lhes as pétalas...
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