Poderá o sofrimento ser motivo de festa?
Como é possível sujeitar pela força um ser vivo, cravar-lhe o ferro gélido no peito e ser alheio aos seus gritos de horror, enquanto o sangue jorra e a vida se lhe escapa lentamente?
Que festa de algozes é esta e que prazer mórbido haverá em esquartejar carnes ainda quentes, retirar-lhe as entranhas escorregadias e cortar em pedaços um ser que minutos antes, clamava ainda inocentemente pelo seu direito à vida, neste mundo tão manchado de injustiças?
Que tipo de gente é esta que assiste ao horror desta sangria e se lambuza depois com os restos mortais de um pobre condenado à morte, cuja sina lhe foi traçada à nascença?
Quem terá sido o Criador que catalogou as espécies e que mais questões sem respostas poderei eu fazer, se não há nenhum Deus com competência para me elucidar?
Alguém se terá perguntado o que sente um condenado à morte quando sobe ao cadafalso?
Será que o carniceiro o olha nos olhos, ou o supremo prazer de matar e a satisfação da gula o deixam cego e surdo?
Que tipo de gente é esta que assiste ao horror desta sangria e se lambuza depois com os restos mortais de um pobre condenado à morte, cuja sina lhe foi traçada à nascença?
Quem terá sido o Criador que catalogou as espécies e que mais questões sem respostas poderei eu fazer, se não há nenhum Deus com competência para me elucidar?
Alguém se terá perguntado o que sente um condenado à morte quando sobe ao cadafalso?
Será que o carniceiro o olha nos olhos, ou o supremo prazer de matar e a satisfação da gula o deixam cego e surdo?
Como a maioria dos humanos, fui criada com carne, porque quando se é criança, ninguém nos diz que o que está no nosso prato é um pedaço de um animal igualzinho aos dos livros infantis. Achamos que os peixes e as vaquinhas são felizes, os pintainhos e os coelhos vivem nos chocolates da Páscoa, os perus festejam o Natal e os porquinhos têm um parente que até fez o filme que um dia nos levaram a ver.
Segui essa "tradição" falaciosa com os meus filhos quando ainda eram pequenos, fazendo contudo essa ainda tão "normal" e injusta distinção entre espécies...
Hoje peço desculpa e pesa-me na consciência, não ter ido a tempo de lhes ter dito a verdade...
A consciência é algo que se deve alimentar com afinco, mas a sociedade atraiçoa-a a cada passo com palavras que nos confundem as ideias, nos mostram realidades fictícias, mascaradas de obsoletas tradições, mas como o tempo nos dá a chance de aprimorar os sentimentos, porque não ouvi-los e respeitá-los?