quinta-feira, 22 de novembro de 2018

"DESTROCE"


            Resultado de imagem para pros e contras

   Recordo hoje aqui uma situação um tanto ou quanto caricata que me sucedeu há alguns anos, quando decidi estacionar num lugar apertado e cuja manobra teve que ser feita com cautela, para evitar possíveis danos.


   Nunca fui perita em estacionamentos difíceis, mas não gosto de ajudas externas que normalmente, só me servem para  atrapalhar, por isso, não gostei de sentir atrás de mim, aquela voz enviesada que dizia "destroce... destroce...", como se distorcer a direcção para onde ele mandava, fosse a solução adequada.


    Sem prestar atenção e apesar da insistência, lá consegui finalizar a manobra e sair do carro, não sem ver logo uma mão suja estendida à frente do meu nariz, aguardando a respectiva moeda.

    Era um homem ainda jovem, magro de cabelo preto, com as calças amarradas à cintura por uma corda e uma camisa desbotada. 


A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, barba e texto

   Na passada 2ª feira, dia 19/11,  relembrei esse inesquecível      "destroce", no programa Prós e Contras da RTP!

  É incrível, como certas figuras, pelas semelhanças físicas, nos despertam memórias desagradáveis e mais incrível ainda, é ver como se "destrocem" em debates imbecis de fraca  argumentação, próprios de quem "encornou" (já que é de bovinos que se fala), a velha e já gasta cartilha da tauromaquia. 

   Há certos praticantes do "destroce", ou havia, já que os parquímetros retiraram aos propriamente ditos, o pão ou o vício, como é que alguns vivaços conseguem subir na vida à custa de manobras sujas e malabarismos de esperteza saloia, com afincados esforços de  intelectualidade, roupa melhorada e carradas de sebo com perfume para segurar o penteado das intempéries que não deixam porém, de os identificar pelas evidentes semelhanças físicas a  qualquer cidadão sem abrigo marginalizado por esta sociedade desigual, a quem o destino, postura, ou coerência, não permitiu qualquer ascensão social e menos ainda ser usado num certo debate televisivo tendencioso, com  assento privilegiado ao lado de gente que traiu valores por interesses pessoais, financeiros e demagógicos, com palavras e desculpas sem crédito.


   Foi desta maneira que olhei a figura ridícula e palavrosa do senhor Prótoiro, cuja falta de ética e educação, tão apreciadas e comuns aos seus correlegionários mais instruídos, não deixa de revelar o verdadeiro "destroce" que uma actividade caduca, anacrónica, imoral e violenta significa.

   Não me apraz aqui falar nem da triste actuação da moderadora que ainda teimam incluir em programas de responsabilidade, após todas as críticas e  anteriores denúncias, nem sobre a direcção de programas da RTP que esbanja despudoradamente os nossos impostos com antigos compadrios e espectáculos abjectos,  já que, infelizmente, todos sabemos de sobejo, os conluios internos que poluem muitas empresas públicas e esse looby de tentáculos selvagens que há muito se infiltrou de forma permissiva na política, através dos mais baixos interesses egocêntricos, corruptos, sádicos e insensíveis. 

  Perante tudo o que vemos e sabemos, apenas me resta sugerir que nas próximas eleições, é melhor "destrocer" que desistir, ou fazer marcha atrás, já que a modernidade nos impõe acção e esforço conjunto, para uma erradicação definitiva de práticas e costumes impróprios à nossa ascensão evolutiva.