A ÚLTIMA OLIMPÍADA
Nasceste selvagem, mas não deixaram que o fosses nem sentisses o que é correr na floresta, lutar pela subsistência e achar poiso sobre qualquer árvore para teu repouso!
Eras pequena, frágil e por isso, presa fácil e mascote útil em exibições de ignorantes...
Como tantos animais,foste usada, explorada e prisioneira sem culpa formada, nem argumentos.
Não! Tu sabias que algures, na sagrada Amazónia, havia outros iguais a ti, mas que ainda conseguiam escapar ao maior de todos os predadores, àquele que dizima índios e árvores, o que devasta cada pedaço que pisa e polui os rios, transformando em mártires quem o desafia, ou com ele se cruza.
Tu sabias tudo isso e porque te tornaste adulta, entendeste que o teu mundo não era aquele onde te forçaram viver.
Quiseste então provar o gosto da liberdade, ignorando que um tiro certeiro te travaria o passo e que talvez até a tua pele suave e bela, servisse a luxúria de quem te ignorou e lucro fácil aos teus carcereiros...
Hoje corres a tua última olimpíada, içando bem alto a chama da revolta daqueles que lutam a teu lado por um mundo mais justo e livre e para que se rompam todas as correntes nos circos com animais, nos zoos, nas touradas e onde quer que exista um ser aprisionado sem saber o que é ser livre!
Vai, Juma e faz a tua última corrida de glória sem perderes o fôlego, não para os que te pararam o salto, mas sim para todos aqueles que lutam e militam nas Olimpíadas da Paz!
Vai, Juma e faz a tua última corrida de glória sem perderes o fôlego, não para os que te pararam o salto, mas sim para todos aqueles que lutam e militam nas Olimpíadas da Paz!