quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Falemos de coisas sérias

FALEMOS DE COISAS SÉRIAS!

  Estava eu no final de um texto que  iria agradar a poucos pelo conteúdo e o meu pc reaccionário fez a proeza de o fazer desaparecer sem apelo nem agravo!

 Pois era de coisas sérias que se tratava, mas como é de coisas sérias que gosto de escrever, não será uma máquina mal amanhada que me cortará a "raiz ao pensamento" como diz o outro... 


   E para além de todas as coisas sérias deste mundo, nem todos concordam que falar de Animais é coisa séria, mas é e é também por isso que antes, preciso falar de pessoas e daquela gente que ainda não entendeu o valor e o dever que é ter nascido por cá e ter como lar e sobrevivência, a grande "Mãe Natureza"!


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Ora como esta noite consegui dormir 1 hora a mais do que o normal, acordei de língua ainda mais afiada que de costume, embora  nem sempre me permita exteriorizar esses luxos no momento certo e quando finalmente me sai o "pio", peca quase sempre por tardio...
 Pois nessa horinha a mais que me foi permitido dormir, devo ter sonhado com "Redes Sociais" e com os comentários que leio, os que passo sem ver, os "likes", as diferentes páginas onde entro e que são na sua maioria sobre "Animais" e constatei que há 2 tipos de "amigos dos animais":   
 - Os que sentem que pertencem ao Reino Animal, procurando respeitar todos eles, sem excepções e os amigos dos cães e dos gatos que ao fim de semana farejam as bifanas, os frangos decapitados, os coelhos esfolados em posição fetal dentro das embalagens ou pendurados pelas patas em ganchos, mais os peixes de boca aberta e alguns mariscos ainda vivos, nos supermercados.
  Onde mora a razão ou a autoridade destas pessoas, quando se indignam com os hábitos alimentares  de alguns povos Orientais e os classificam de selvagens? 

  
  Canibalismo é canibalismo!
  Só mudam os condimentos e a vítima dentro da panela, mas mais não digo, porque não vale a pena... 
  As heranças, os hábitos e as tradições, constroem subterfúgios, inventam justificações e calam quem se sente culpado, mas insiste em não se dar ouvidos, nem seguir os seus próprios sentimentos. 
  Luto sem tréguas para conseguir ser tolerante, mas como sou uma observadora e crítica nata, aproveito os meus momentos de reflexão, para relaxar e soltar a língua, talvez porque sempre me estive nas tintas para a sociedade que me obrigaram a integrar!
  Mas deixando para trás o tão polémico tema gastronómico e considerando a "Gula" um pecado mortal, vamos até outro tema que bastante me transtorna e ao qual dou o nome de "Exploração Animal para divertimento" e aí entram os caçadores, "grandes machos" de espingarda em punho que se sentem mais homens, quando exibem os seus trofeus, os amantes de corridas de galgos e cavalos, treinados e explorados para apostas sórdidas, os circos com animais, os zoos, onde os prisioneiros não traduzem de forma alguma os seus normais comportamentos em liberdade e para lá de tantos outros, não podiam faltar as touradas e todos os festejos sádicos onde os pobres touros entram para sofrer até serem mortos e esquartejados. 
  E é aqui que mais uma vez a coisa ferve, porque apesar da gula, afinal não ser assim um pecado tão mortal, também o "amor ao próximo" não o é, segundo as práticas católicas que ultrajam os seus Santos nas romarias e festas com largadas e touradas após as missas e procissões. 
  Claro que eu não venho aqui exigir que o Papa que não é santo nenhum, seja vegetariano, porque essas exigências não me cabem nem a mim, nem a qualquer mortal, mas exigiria sim, a quem habitasse alguma dessas paragens de romaria que o padre confessasse perante todos que é mais filho da mãe que o touro moribundo que possivelmente irá depois servir-lhe de patuscada com os compadres, mas como os seus fiéis são omissos, como já é hábito em sociedades padronizadas ( palavra derivada de padrão, para os menos esclarecidos), continuarão a divertir-se com a tortura alheia e a bater com a mão no peito em "amens"incoerentes, achando que tradição é cultura e que touros e cavalos vieram ao mundo para nos divertir!

  Só me estranha que haja tanta gente que se insurge com estes espectáculos sangrentos e tão poucos a dar a cara. Pergunto mesmo se esses comentadores de "likes" deixariam de ir à praia ou ao Centro Comercial algum dia, para se juntarem a qualquer movimento de protesto, porque na verdade, nem vejo a maioria interessar-se por assinar sequer uma petição ou visitar mais vezes as páginas anti- tourada para se actualizarem e mostrarem o seu apoio, através de um simples mail pré escrito, o que revela bem a indiferença das pessoas perante o sofrimento alheio. Tenho até quase a certeza que muitos desses "amigos likes", conseguem mesmo seguir o espectáculo na TV, enquanto lavam a loiça ou dormem no sofá à espera das "pegas", porque o entendimento é fraco e a RTP já foi pré paga na factura da luz.
  Entretanto, como o pensamento é como o voo das aves, faltava aqui  ainda falar dos passarinhos engaiolados, balanceando-se nos seus poleiros de plástico que só cantam porque Deus não lhes deu lágrimas e de outros pássaros que antes eram símbolos de paz e hoje se tornaram "pragas", como os pombos!
  E porque esta rapsódia sem música de fundo já vai longa, só  quero ainda perguntar a quem de direito, quem terá tido a ideia que os pombos transmitem doenças, porque quando eu era pequena, só éramos contagiados na escola, nos transportes públicos ou mesmo nos hospitais e era até saudável e pedagógico dar-lhes milho nas praças.
 Enfim e como sempre, "mudam-se os tempos e mudam-se as vontades" e como a paz na Terra já é escassa, não precisamos de pombas brancas nem de cor, porque tanto umas como as outras sujam as varandas, os monumentos e os carros mal estacionados em cima dos passeios, por isso, dá-se emprego a exterminadores, acrescentando-se novas "pragas"para encurralar em câmaras de gás, como  noutros tempos, nem por isso tão longínquos assim, foi feito com humanos...  

   


  

3 comentários:

  1. Tantas verdades em tão poucas linhas....
    Partilhado.

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  2. Sensibilidade e habilidade com a pena, obrigado e parabéns Teresa. Partilhado!

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    1. Ai, Francisco! Penas tenho eu muitas, mas quem não as tem? Obrigada pela partilha.

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