segunda-feira, 6 de junho de 2016

FAENAS E COVARDIA


 




FAENAS  E 

COVARDIA






Este é o país onde nasci, mas jamais aquele com o qual me identifico!


   Este é o país onde se espanca um ser humano que luta pela igualdade das espécies e se insurge contra um bando de sanguinários medievais que pagam e se deleitam com o sangue inocente que mais uma vez voltou a tingir a arena Lisboeta!
   Perante a intolerância ao sofrimento alheio, não há argumentos, desculpas nem complacência, porque a tortura não é democrática e menos ainda, admissível!
   A indiferença, é a marca dos resignados, mas também dos invertebrados, incapazes de entrar na “pele” do outro, seja ele humano, ou não.
   Quem apoia e se junta aos amantes da tortura, vegeta na penumbra dos seus escassos sentimentos, mas quem parte para a luta, mostra o real valor e a essência que deve ser apanágio de um chamado “ser superior”!
   No passado dia 2 de Junho, tal como já aconteceu em Espanha, alguém deu a cara pelo respeito ao próximo, saltando para a arena do Campo Pequeno, em dia de tourada, mas o “próximo” era aquele que não pagou bilhete, nem foi remunerado, porque apenas lá foi parar à força, para diversão de sádicos e psicopatas.
   Esta é a realidade que caracteriza este tipo de incultura, a que chamam tradição, mas nos “bons tempos” da barbárie, não havia opositores interventivos, nem seres pensantes que lhes fizessem frente, por isso, aos bárbaros, não bastou o sangue dos touros para manchar o recinto, porque foi preciso espancar quem quis interromper a “fiesta”...
   Mas no meio de toda esta triste performance, só me ocorre perguntar porque será que a nossa polícia precisou de algemas para retirar o ferido da arena e se mostrou tão omissa e condescendente para com os agressores?
Será que a interrupção inesperada do espectáculo incomodou os políticos e afins presentes, bem como às suas imaculadas esposas, filhos, amigos e concubinas?
   Pelos vistos, os cassetetes policiais que costumam ferver nos estádios de futebol, por aqui, ficaram em casa, possivelmente, porque aos “vips” não se bate, mesmo que eles sejam os criminosos agressores de quem luta sozinho e desarmado por uma causa pacifista...

   E é por estas e por outras que eu detesto ter pensamentos e sensibilidade, mas principalmente, porque é uma chatice ter nascido neste “jardim à beira mar plantado”, onde as ervas daninhas ainda proliferam, à espera de um bom pesticida que as extinga de vez...