quinta-feira, 30 de julho de 2015

Mataram o Rei!




MATARAM 
   O  REI !


Mataram o rei Cecil, apenas porque sim e porque é um gozo ter o poder de acabar com a  vida a um ser altivo e dominante.
Pagaram pelo troféu, pela cabeça "orgulhosamente" pendurada na parede e pela vil covardia que ela representa!
Alguém foi corrompido, como aliás sucede sempre e não só em África!
Mataram um símbolo que viveu em liberdade, para mostrarem ao mundo que não há liberdade, quando a loucura e o dinheiro falam mais alto!  
O Cecil, como todos os carnívoros, também matou, mas não por um troféu, mas sim, porque tinha fome!
O homem gosta de matar, não porque tem fome, mas porque gosta de ostentar poder!
 O Cecil era um símbolo, uma mascote, mas um animal, não pode ser "o leão", mas sim os leões, as zebras, os elefantes e todos os outros que vagueiam em liberdade pelas savanas ou pelos montes deste planeta de símbolos e incompreensões.
  Dos desconhecidos, daqueles que nunca tiveram um nome, nem foram símbolos de nada, restaram apenas pedaços de corpos, sem direito a lamento nem publicidade, mas este, era um "Rei", enquanto os outros, foram apenas carne, tal como as vacas, os porcos, as aves e tantos outros que servem de refeição.
  Hoje, eu choro o Cecil que viveu em liberdade, mas choro mais ainda os outros que não conheceram o Sol nem a terra molhada, nem a Lua e foram apenas usados e abusados. 
  Hoje, eu choro a espécie malvada a que pertenço e abomino quem mata por gozo, mas também quem gosta de ver esses " reis leões" dos circos, a saltar rodas de fogo, ou morrendo aos poucos nos cárceres infames dos zoológicos.
  Hoje, apelo à coerência e não à instrumentalização dos mídia!
  Apelo à opinião própria e à real crítica, não só, porque mataram este rei, mas sobretudo, porque estamos doentes e não enxergamos todos os outros que aos poucos nos deixam para se tornarem troféus da ignorância, da gula e da perversidade de uma raça menos superior do que a deles!   






domingo, 26 de julho de 2015

Pré Conceito


 Pré Conceito


As redes sociais, são os novos veículos de contactar o mundo, sem
sair de casa.
Dão-se e vêm-se opiniões, elogia-se, ofende-se, gosta-se, desgosta-se, dá-se, recebe-se e agrupam-se amigos que nunca se viram em páginas entupidas de conversas, muitas vezes cheias de erros ortográficos que nos agridem a vista, mas que não reparamos, porque não se pode ofender quem nos dá razão, mesmo que não se perceba patavina do que escreveram.
 Depois, vêm os "lol e os like", os corações, e sei lá mais o quê.
 Nas redes sociais, há as estrelas que comentam e partilham tudo, as petições que geralmente,não servem para nada, mas também algumas pessoas especiais que aprendemos a gostar, porque se parecem connosco.
  Foi no facebook que encontrei uma amiga especial que me arrebatou!
 A capacidade que tenho em fazer amigos, sempre foi fraca, mas se for um animal, é mais simples, que calçar os sapatos antes de ir à rua.
 Todos temos preconceitos (pré- conceitos) e mesmo que se tentem combater, eles estão lá, uns maiores que outros e não creio que alguém consiga livrar-se deles facilmente.
  Os meus, não são raciais, espécistas, ou de opção sexual, o que já não é mau, mas tenho outros, como qualquer mortal e quando vi esta foto no facebook, elaborei de imediato o tal pré conceito de que ela jamais poderia ficar apenas virtual, porque o seu olhar doce,  trazia o meu nome implícito.
    Chamaram-lhe "Anita" e recolheram-na, para os lados de Guimarães, após ter sido atropelada, com quase um ano de idade e ter sofrido, além do abandono, as dores de uma pata em mau estado, durante tempo demais.
 Talvez tivesse sido poupada à amputação, se fosse acudida mais cedo, mas se fosse perfeita, teria eu querido adoptá-la?
  Bem sei que ela é igual a uma que tive há anos e que partiu jovem, quando a medicina não tinha os recursos actuais, mas terá sido por isso que esta foto me conquistou?
  Nunca saberei estas respostas, mas que importa?
  Como já tinha outros cães e também gatos, receei a sua adaptação. Hesitei, quase me arrependi, mas a Anita precisava de quem a cuidasse e recebi-a, apesar do secreto receio das possíveis brigas com os outros animais residentes.
   No dia da sua chegada, o coração saltava-me do peito, mas aquietou-se logo que ela entrou em minha casa.
   A Anita não mostrou qualquer estranheza, nem com os gatos do sofá que espreitavam curiosos, nem com os outros cães e muito menos com o seu novo lar que parecia ter sido seu, desde sempre, enquanto se chegava a mim, como se fossemos velhas amigas.
   Decidi então, colocar-lhe um nome com significado e que uma amiga sugeriu: "Usha" que em Sânscrito, significa "amanhecer, recomeço" e foi isso que lhe ofereci:
   - A segurança e o amor que nunca teve e que ela reconhece todos os dias, com a sua inteligência aguçada, carinho, cumplicidade e vontade de agradar, apesar de algumas teimosias que se contornam facilmente com um biscoito e uma festa.
   Adoptar animais diferentes, tem sido o meu maior desafio, mas sobretudo a certeza de que a diferença, não está no corpo, mas sim na generosidade da alma!