sábado, 1 de julho de 2017

BENAVENTE, TERRA SEM LEI

                                                                            Resultado de imagem para touros de fogo

 

        








         COMO A  CIDADANIA  OBRIGA A QUE NÃO SE DEIXE NADA ESQUECIDO, VOLTEI A                        INSISTIR  AGORA PARA O SÍTIO CERTO.


              Benavente - Pedido de intervenção


   para Grupo, gp_pcp, carlos.coutinho
  Grupo Parlamentar do PCP
  Grupo Parlamentar do PEV

          Excelências:


    A imagem de civilidade que um país deve dar ao mundo, para que por ele possa ser valorizado, é o modo como evolui, rejeitando obsoletas "tradições" e mergulhando na verdadeira cultura, educação e ensinando ao seu povo os valores pelos quais se deve reger com dignidade.
   Mudaram os tempos e as mentalidades de largas fasquias da nossa sociedade, mas não mudaram os seus governantes nem a coragem de dizer basta a práticas selvagens que apenas humilham comunidades
 inteiras e as tornam reféns do eterno "encolher de ombros", perante a impunidade, os tropeços, os desmandos e o compadrio, geralmente verificados em certos locais mais interiores e onde o medo padroniza as suas gentes na fraqueza e na inércia tão convenientes a quem deseja impor-se.


   Errar é humano, mas errar achando que um cargo público lhe permite a impunidade, é imoral!


    Subir ao pedestal da omnipotência, apoiado por partidos políticos como o PCP e os PEV que se consideram defensores da verdade, para mentir e depois se enroscar atrás de "bodes expiatórios" para se defender, jamais poderá ser de quem superintende uma região e os seus munícipes, por isso, exigimos, tanto eu, como os milhares que se têm manifestado, mão pesada para o Presidente da Câmara Municipal de Benavente que não soube nem quis cumprir a lei do país que o sustenta, quando garantiu que não iriam haver ilegalidades na Festa da Amizade e depois as permitiu.

     Permitir, é sem sombra de dúvida, saber que decorre o que não foi permitido e fingir que não sabe, para vir depois mascarar os factos, com argumentos feitos à pressa e sem nexo.
   O que se vê claramente nos vídeos, é um bovino amarrado contra um poste e um grupo de homens colocando fogo nas suas hastes, enquanto outro o tenta subjugar, puxando-lhe a cauda.
   Puxar a cauda, neste caso, a um bovino, assemelha-se a arrancar os cabelos a um humano com força, com a diferença de que a parte traseira do animal é composta por pequenos ossos que finalizam a coluna vertebral e que por serem frágeis, podem facilmente fracturar, causando fortes dores.
  Também isto pode suceder durante as "pegas" nas touradas, mas que se pretendem julgar inofensivas e actos de valentia sobre um animal já sangrando e em profunda agonia.

  É completamente indiferente o nome, ou o artefacto que foi usado para colocar fogo nas hastes do touro em Benavente, porque qualquer animal sente pavor e entra em stress perante o fogo, sobretudo se não tiver como fugir dele, tal como nos acontece a nós e tão recentemente, na tragédia que tanto nos abala.


    Os "touros de fogo", são portanto de uma barbaridade extrema, impróprios de seres humanos psicologicamente bem formados e não fazem parte nem das nossas "tradições", nem estão abrangidos pela legislação tauromáquica em vigor, o que os torna portanto ilegais.
   Um presidente de Câmara que consente tais actos, não pode portanto exercer um cargo público que não sabe respeitar e menos ainda prestigiar.

   O mesmo se aplica à Guarda Nacional Republicana, na pessoa do seu Comandante que não soube cumprir as funções que lhe competem, impondo a lei, como seria de esperar e enviando os seus militares para o recinto não como os meros espectadores que foram, mas sim como a força de ordem que deve ser, perante um crime.

   Compete portanto à CDU convidar o sr Presidente da Câmara Municipal de Benavente a demitir-se e excluí-lo de participar em qualquer lista para as próximas eleições autárquicas, em sinal de respeito pelos milhares de cidadãos indignados que têm vindo a manifestar a sua repulsa pelo sucedido, bem como pela coligação partidária que representa.

   Depois de toda a polémica e das centenas ou mesmo milhares de emails enviados para a Câmara de Benavente, acusando igualmente a ilegalidade das "Picarias", nem o Sr. Presidente, nem a GNR impediram tal evento, o que expressa o silêncio e a inoperância da CDU, após o escândalo e o desacato à Lei de um seu autarca.
   Como parece que o facto de se terem autorizado as "Picarias" e o Sr Presidente também não ter cumprido a Lei, decidi explicar a V Exªs, com ajuda de uma informação gentilmente fornecida por quem sabe e que passo a citar:

"A sorte de varas é uma das "partes" (a primeira) das corridas de touros em Espanha e o argumento é que serve para que touro baixe mais a cabeça a partir daí.

 Esta sorte é proibida em Portugal!

    As varas utilizadas na "sorte de varas" (que se faz actualmente em Espanha, mas que está proibida em Portugal) são parecidas (muitas vezes talvez até iguais) com as que se utilizam nas "picarias à vara larga" (o que se realizou em Benavente foi uma picaria à vara larga).
    A maneira como se espetam nos animais é parecida (embora na sorte de varas o cavalo esteja de olhos vendados, etc.). Por isso, quando o email tipo sugerido pela Associação Animal diz que, citamos, "Em termos de prática tauromáquica, equipara-se à sorte de varas", esta afirmação faz todo o sentido
(pela semelhança das varas e da forma de picar, por o "picador" estar em ambos os casos em cima de um cavalo, e até também por ambas as práticas serem feitas na presença de público)".


    Acrescento mais uma vez que estas práticas de tortura, já que as lanças penetram na carne do animal cercado, em pânico e os cavalos sujeitos a enorme stress e muitas vezes feridos, não figuram na nossa legislação tauromáquica nem foram abrangidas por qualquer regime de excepção e para que fique bem claro:


   Não foram só os "touros de fogo" que integraram as ilegalidades consentidas pelas autoridades de Benavente e como tal, terão que haver punições exemplares, como é obrigatório num Estado de Direito, para que nunca mais se venham a verificar estes actos e a opinião pública possa confiar na justiça.


   Contamos portanto com o PCP e o PEV, desde já nesse sentido, no que diz respeito à autarquia, para que possam ser partes integrantes da ética e do bom nome que desejam ter.