domingo, 16 de agosto de 2015

Coerência: Alguém a consegue ter sempre?

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   ALGUÉM A CONSEGUE TER SEMPRE?

  Todos os dias me esforço por ser coerente com o que penso e faço, mas como tantos outros, às vezes falho, aqui e ali, com ou sem consciência disso.
   Não é possível endireitar o mundo, nem defender as nossas opções, sem correr riscos que por vezes, implicam consequências graves, mas quem é coerente, não pode virar as costas a si mesmo e tem que seguir em frente sem remorsos.
   A idade ensina muitas coisas a quem as quer aprender, mas o enquadramento familiar que nos moldou a infância, deixa-nos sérias questões, quando nos tornamos adolescentes e mais tarde adultos.   Aconteceu comigo!
  Quiseram moldar-me, igualar-me a todos, mas falharam.
  Fiz tudo ao contrário quando cresci, porque o meu espírito crítico me obrigou a tomar outros rumos e a ser coerente comigo mesma.
   Muitos não conseguem fazê-lo por várias razões, mas eu preferi ser guiada pelos sentimentos, em vez de adoptar os antigos padrões instituídos.
   Meu pai era um teórico carregado de ideais, ao contrário de minha mãe que parece nunca ter tido nenhuma, por isso, houve zanga, quando ela me quis um dia, levar a uma tourada, apenas porque era bonito, colorido e com "cavalinhos amestrados".
   Sucederam-se argumentos de parte a parte, mas eu fui, de mão dada com a minha mãe, à primeira e última tourada que vi e verei na vida!
   Hoje percebo melhor porque é que uma criança se pode sentir ultrajada no seu pequeno mundo de fadas e ursinhos de peluche, perante um espectáculo brutal e sangrento, ao qual assistiu apenas para não ficar mal na "foto de família".
  Eu consegui ultrapassar e até entender, as discrepâncias dos meus progenitores que apenas se suportaram a vida inteira, com quase nada em comum, mas compadeço-me daqueles meninos e meninas frágeis que crescem na violência doméstica e no medo, extravasando as suas frustrações e revoltas, para seres inocentes, a quem alguém, há muito tempo atrás, teve a ousadia de colocar o rótulo de inferiores e lamento que essas crianças não consigam tornar-se adultos coerentes com as suas responsabilidades e deveres para com a Natureza e toda a sua Criação !