quinta-feira, 11 de outubro de 2018

CULTURA À PORTUGUESA

 

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      Mataram a cultura e estagnaram-nos no tempo, para que não se derrubassem interesses e para que a pobreza envergonhada não fosse exposta ao mundo e ainda agradecesse abanando a cauda a qualquer esmola. 
      Este é o Portugal dos turistas, das desigualdades, das mentiras e da corrupção, com o seu povo manso e retrógrado que apenas se manifesta no futebol, no sádico prazer de matar seres indefesos em caçadas, na sangria dos touros, na violência doméstica, nas injustiças escamoteadas e em divertimentos abjectos legalizados, para que finalmente sintam qualquer poder ou domínio e esqueçam, btutos e alcoolizados, o seu dia a dia de servilismo e escravatura miserável a que a falta de horizontes e cultura os condenam. 


 Quando o futebol é usado horas a fio nas televisões, dia e noite com a mesma ladainha, investindo-se em grupos de comentadores de assuntos esgotados, é sinal de que algo de muito grave se passa.

 

    Este é o país, onde as notícias são filtradas e omitidas conforme a vontade não do freguês, mas sim dos seus donos, nesse reles intuito de escamotear os escândalos, fazer render processos políticos mais mediáticos que comprometem este ou aquele amigo, em saltos de canguru, mas que ao mesmo tempo vão sendo descobertos e timidamente desmascarados por uma fasquia da população mais atenta, entre dúvidas e críticas acaloradas, mas sem futuro à vista...

   Tenho pena deste meu país amordaçado e traído, deste esboço de democracia vilipendiada e descaradamente aviltada por quem deveria ter a honestidade e o dever de a fazer respeitar e cumprir!


   Somos os escravos de uma economia de interesses e desigualdades, devotos de uma religião de falsos pregões e moral duvidosa que bajula e serve quem mais tem, actuando nos palcos da opinião pública com a mesma hipocrisia usada nos tempos da ditadura, em eterno acordo com o Vaticano que dela se serve, nesse já velho acumular de riqueza e poder, feito de falsidade e da manipulação das massas menos esclarecidas e amorfas.


    Deixou-se finalmente a necessidade de esconder crimes económicos, corrupção e compadrio, porque se treinou o povo para a ignorância, o egoísmo e a passividade. 

    Monopolizaram-se os midia, para que relatem apenas o que convém, em catadupas de sensacionalismo rapidamente justificado por uma justiça de "legalidade" obscura e vendida à impunidade.  


      A voz do povo que sustenta os seus alegados representantes, perde-se em cada discussão parlamentar, transformando-se na voz dos lobbies que sustentam certos partidos, grupos e organizações encapotadas, famintos de regalias e intrépidos intervenientes dos governos sórdidos que nos usam e exploram. 

 


   Mataram o nosso povo pela ignorância!




      Este é o meu país, aquele que se deixou adormecer embalado no doce perfume dos cravos vermelhos e nas falsas promessas de governantes sem escrúpulos nem ética que apenas singram graças à ignorância, ao medo e à apatia de quem os sistematicamente escolhe .      


 

     Este é ainda o país onde os ministros são apenas peças de um xadrez oculto pelos interesses, pela corrupção e cujos argumentos, próprios do poder absoluto, do autoritarismo e da protecção acérrima que lhes é concedida, conseguem assim convencer os menos atentos, ou pouco letrados.

    Quando um ministro da cultura se torna de tal forma invisível que até os seus fiéis apoiantes o salvam de perguntas incómodas no Parlamento sobre a "tradição cultural" de esfaquear um animal vivo e amarrado em praça pública, não merece sequer ser criticado com palavras limpas e num português ortograficamente cuidado que não seja aquele de um certo acordo que desvirtua a nossa língua e essa portugalidade já tão atraiçoada e caduca. 


    Sem dúvida que os tempos são de retrocesso, de absurdos que roçam cada vez mais o ridículo e o apelo a uma ditadura que julgávamos vencida, mas cujas garras nos ferem dia após dia com maior profundidade e menor sensibilidade das suas vítimas. 

   A falta de entendimento contagia a opinião pública, com acontecimentos que se sobrepõem ao essencial e os nossos "ídolos" passaram a ser, não os da cultura, das artes ou da ciência, mas sim os do pontapé e dos escândalos idiotas relatados nas revistas cor de rosa. 


   Um ministro da "coltura" que apoia ébrios e selvagens, não merece, nem nunca será de CULTURA, mas sim um elemento inerte e traidor dos pressupostos que lhe deveriam ser exigidos, mas que apenas o alimentam da incúria dos seus superiores, justificando a sua explícita incompetência, covardia e falta de carácter!

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