domingo, 17 de julho de 2016

LUTAS SEM GLÓRIA!


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LUTAS  SEM

GLÓRIA !





Morrer numa arena, não é uma glória, mas sim o triste fado de animais pacíficos subitamente desenraizados e expostos ao medo e à dor!

  Morrer na arena ou ser depois transportado para a morte, é a consequência da maldade humana. É a acumulação de frustrações e dos mais recônditos impulsos sádicos. 
  É o saborear guloso do sofrimento alheio, sem ter que enfrentar consequências e protegido pelo arcaico nome de "tradição".
  Assistir a um espectáculo, onde seres vivos são expostos, usados e torturados, é a degradação máxima de uma espécie que deveria fazer uso da sua inteligência "superior" para corrigir impulsos e sentimentos primitivos, mas dos quais apenas restam argumentos sem fundamento nem desculpa.
  Para um touro, morrer na arena é o seu destino, mas porque não será esse também o destino do toureiro?
  Se os espectadores marcam presença para ver uma luta, porque será que foi estabelecido, vencer sempre o mesmo?
  Porque será que a morte de um assassino profissional remunerado faz tanta mossa e a do animal, é sempre o corolário espectável da contenda?       
   Ora como as minhas opções gastronómicas, há anos me fizeram avessa a carnes de qualquer espécie, sinto-me confortável para questionar a quem de direito, se a adrenalina e o sofrimento de um animal, o tornará mais saboroso ao paladar, mas também gostaria de saber que espécie de gente que viu a vítima ensanguentada a lutar pela vida, consegue depois saborear os seus restos mortais com prazer? 
   Raio de sociedade doentia a nossa, incapaz dos sentimentos mais básicos, como o de penetrar no lugar da vítima, mesmo por instantes...
   Será que bater com a mão no peito ao domingo, ou marcar passo na procissão, depois da tourada, consegue regenerar o padre que arrecadou com a "fiesta" e os seus devotos fiéis, ou apenas expressa a triste postura de seres humanos acéfalos?

  E por aqui termino, com estas questões sem resposta, tal como tantas outras que não faço, porque sou um ser pacífico, embora inconformado.  

  


3 comentários:

  1. Excelente texto, Teresa Botelho.
    As suas inquietações, são as minhas inquietações. São as inquietações de todos os seres humanos dignos dessa designação.
    Obrigada por estas suas palavras sentidas.

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