domingo, 26 de julho de 2015

Pré Conceito


 Pré Conceito


As redes sociais, são os novos veículos de contactar o mundo, sem
sair de casa.
Dão-se e vêm-se opiniões, elogia-se, ofende-se, gosta-se, desgosta-se, dá-se, recebe-se e agrupam-se amigos que nunca se viram em páginas entupidas de conversas, muitas vezes cheias de erros ortográficos que nos agridem a vista, mas que não reparamos, porque não se pode ofender quem nos dá razão, mesmo que não se perceba patavina do que escreveram.
 Depois, vêm os "lol e os like", os corações, e sei lá mais o quê.
 Nas redes sociais, há as estrelas que comentam e partilham tudo, as petições que geralmente,não servem para nada, mas também algumas pessoas especiais que aprendemos a gostar, porque se parecem connosco.
  Foi no facebook que encontrei uma amiga especial que me arrebatou!
 A capacidade que tenho em fazer amigos, sempre foi fraca, mas se for um animal, é mais simples, que calçar os sapatos antes de ir à rua.
 Todos temos preconceitos (pré- conceitos) e mesmo que se tentem combater, eles estão lá, uns maiores que outros e não creio que alguém consiga livrar-se deles facilmente.
  Os meus, não são raciais, espécistas, ou de opção sexual, o que já não é mau, mas tenho outros, como qualquer mortal e quando vi esta foto no facebook, elaborei de imediato o tal pré conceito de que ela jamais poderia ficar apenas virtual, porque o seu olhar doce,  trazia o meu nome implícito.
    Chamaram-lhe "Anita" e recolheram-na, para os lados de Guimarães, após ter sido atropelada, com quase um ano de idade e ter sofrido, além do abandono, as dores de uma pata em mau estado, durante tempo demais.
 Talvez tivesse sido poupada à amputação, se fosse acudida mais cedo, mas se fosse perfeita, teria eu querido adoptá-la?
  Bem sei que ela é igual a uma que tive há anos e que partiu jovem, quando a medicina não tinha os recursos actuais, mas terá sido por isso que esta foto me conquistou?
  Nunca saberei estas respostas, mas que importa?
  Como já tinha outros cães e também gatos, receei a sua adaptação. Hesitei, quase me arrependi, mas a Anita precisava de quem a cuidasse e recebi-a, apesar do secreto receio das possíveis brigas com os outros animais residentes.
   No dia da sua chegada, o coração saltava-me do peito, mas aquietou-se logo que ela entrou em minha casa.
   A Anita não mostrou qualquer estranheza, nem com os gatos do sofá que espreitavam curiosos, nem com os outros cães e muito menos com o seu novo lar que parecia ter sido seu, desde sempre, enquanto se chegava a mim, como se fossemos velhas amigas.
   Decidi então, colocar-lhe um nome com significado e que uma amiga sugeriu: "Usha" que em Sânscrito, significa "amanhecer, recomeço" e foi isso que lhe ofereci:
   - A segurança e o amor que nunca teve e que ela reconhece todos os dias, com a sua inteligência aguçada, carinho, cumplicidade e vontade de agradar, apesar de algumas teimosias que se contornam facilmente com um biscoito e uma festa.
   Adoptar animais diferentes, tem sido o meu maior desafio, mas sobretudo a certeza de que a diferença, não está no corpo, mas sim na generosidade da alma!    
 
 

     

5 comentários:

  1. adorávell usha e respectiva dona e família <3

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  2. Lindo e tão verdadeiro! A SPA Guimarães será eternamente grata :)

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    1. É a vocês q tenho q agradecer. Ela é sem dúvida a amiga q eu precisava p rejuvenescer os outros cães velhotes, denunciar,qdo os gatos se portam mal e encher-me de carinho qdo lhe dou as boas noites. Devo a vocês o q fizeram por ela, ao facebook, tê-la visto e talvez a um Deus amigo q me convenceu q éramos cúmplices do destino, mesmo antes de ela ter nascido!

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  3. Lindo e muito verdadeiro texto. Tive oportunidade de conhecer esta cadelinha e de a fotografar. É exactamente como a Teresa a descreve.
    Muitas felicidades para ela e para a Teresa que a adoptou. Bjs !!!

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