Impossível ficar indiferente num país onde há crianças que são abusadas por um Estado que de direito nada tem!
Impossível achar que uma criança pode ser retirada à sua família só porque ela não tem condições financeiras adequadas para a criar, ou porque alguém a denunciou por razões menos claras, enquanto outros, mais abastados, têm a liberdade de formatar os seus filhos com imoralidades que ninguém se atreve questionar.
No passado dia 9 de Agosto, três activistas invadiram pacificamente, a arena da praça de touros de Albufeira, durante uma tourada. Foi um acto de coragem que sem dúvida revelou a índole cruel de quem assiste a este imoral massacre, resultando ainda num importante alerta sobre a crescente luta anti tourada em noticiários, programas televisivos e milhares de comentários nas redes sociais, sobre a conduta dos cobardes aficionados que se sentem seguros quando agridem em grupo, pelas costas e sob o já bem conhecido olhar complacente da polícia, tanto na arena, conforme se vê, como depois, quando os arrastaram já algemados...
Quem vai a estes "espectáculos", quer ver sangue, dor, sofrimento e até morte. Babam e excitam-se com a barbárie, mas não toleram que se mostre ou exponha publicamente a obscura realidade dos seus gostos bárbaros, refugiando-se em agressões contra quem não se pode defender, justificando as suas posturas miseráveis com argumentos batidos e refugiando-se nessa tradição bacoca, própria de consciências conturbadas, envoltas no esgoto fétido das suas tendências criminosas e bouçais...
Até aqui, se não fosse a permissão vergonhosa da entrada de menores nestes espectáculos, desde que acompanhados pelos seus tutores irresponsáveis, a forma como iniciei deste texto, estaria desfasada, por criticar sem provas, esse tal abuso institucionalizado que um Estado sem direito, exerce sobre as suas crianças, mas é bom que todos saibam aquilo que ouvi da boca de um desses bravos activistas que deram a cara em Albufeira!
Um dos cavaleiros que torturou os touros no dia 9 de Agosto de 2018 em Albufeira, fez-se acompanhar da mulher e de dois filhos pequenos, talvez entre os 6 e 10 anos de idade, para que eles pudessem admirar desde pequenos a "valentia" de um pai que apesar de bem protegido pela montada que, como sobejamente sabemos, apara os golpes, enquanto o cavaleiro, como é hábito, foge espavorido, quando as coisas correm mal...
Um dos cavaleiros que torturou os touros no dia 9 de Agosto de 2018 em Albufeira, fez-se acompanhar da mulher e de dois filhos pequenos, talvez entre os 6 e 10 anos de idade, para que eles pudessem admirar desde pequenos a "valentia" de um pai que apesar de bem protegido pela montada que, como sobejamente sabemos, apara os golpes, enquanto o cavaleiro, como é hábito, foge espavorido, quando as coisas correm mal...
Após a entusiástica ovação do primeiro ferro, os activistas que aguardavam o momento de saltar para arena, por coincidência, aperceberam-se que os dois pequenos fãs ali do lado, eram os filhos do referido cavaleiro, acompanhados pela sua extremosa mamã.
Depois de umas "gloriosas" voltas do cavaleiro, o segundo ferro, penetrou no dorso do pobre touro, mas ao contrário do anterior, não sangrou copiosamente como seria de esperar.
Foi então que o rapazinho mais novo exclamou:
" Não deitou sangue!"
É esta a educação que se transmite a uma criança!
É assim que se ensina que é bom e é preciso ver sangue para saciar o apetite de sadismo desde pequeno e é ainda assim que as assalariadas das Comissões de Protecção de Crianças e Jovens se calam, achando talvez que só os pobres devem ser referenciados, enquanto a outros, se permitem todas as barbaridades!
Obrigada, amigo, por me ter contado este triste episódio que não me surpreendeu, mas que contribuiu para me deixar ainda mais revoltada com a falta de vergonha e a irresponsabilidade que singram neste nosso pobre país!
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