terça-feira, 15 de setembro de 2015

As Crianças e a Educação!



        AS CRIANÇAS E A EDUCAÇÃO!



   Nos vários anos em que ensinei crianças e adolescentes carenciados e de várias
etnias, verifiquei que o abandono e a violência que a vida lhes proporcionava, se
dirigia normalmente contra os colegas, (bulling) ou contra animais, por estes serem o
elo mais fraco, nos bairros degradados em que viviam. No entanto, essa violência,
não é vista apenas nas cidades grandes, nem nas comunidades mais carenciadas,
porque também leccionei no interior, onde se faziam autênticos massacres a animais,
sob a condescendência dos adultos e até progenitores.
   Perante estas situações e por solicitação dos Gabinetes de Apoio, fiz várias acções
de sensibilização nas Escolas onde trabalhei e também em outras, como voluntária.
   Infligir dor e sofrimento a um ser vivo, jamais pode ser considerado como um
comportamento saudável no crescimento harmonioso de um menor de idade, assim
como não o é, para um adulto responsável e menos ainda se for Encarregado de
Educação ou Professor.
   O Comité dos Direitos da Criança, da ONU, advertiu Portugal em 2014, citando o
seguinte:
   “A participação de crianças e adolescentes em actividades taurinas, constitui uma
forte violação dos Direitos da Convenção, doutrinando-as para uma acção violenta”.
   Mais adiante, esta Convenção, coloca mesmo o uso de crianças e adolescentes na
tauromaquia, a par do tráfico de droga, como trabalho degradante e perigoso.
   A Associação Americana de Psiquiatria, considera a crueldade contra os animais,um
transtorno de comportamento e a 4ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatística
dos Transtornos Mentais, define como transtorno de comportamento, a acção de
ignorar os direitos básicos dos outros, bem como as principais normas sociais e regras
próprias, aplicadas à idade do indivíduo.
   A evidência clínica, indica ainda que os sintomas de crueldade para com os animais,
são observados durante as 1ªs etapas do Transtorno Comportamental, frequentemente,
por volta dos 8 anos de idade.
   Algumas pesquisas, indicam ainda que em 80% dos lares, nos quais o Controle
Animal, encontrava animais maltratados, havia antecedentes de abuso físico,
negligência familiar e sobretudo afectiva.

domingo, 13 de setembro de 2015

Sem fronteiras, raças, ou credos




SEM  FRONTEIRAS, RAÇAS, OU CREDOS!

                          O Coração não tem marcos nem fronteiras!                         Não pode ter cor, idioma, ou argumentos que o travem! 


   A História dos povos, é feita de conflitos, desigualdades, vencedores e vencidos, mas também da dicotomia Amor/Ódio, sempre presente em cada ser humano. 
   A compreensão do mundo, baseia-se, não no homem em si, mas naquilo que o seu habitat, estrutura familiar e social lhe forneceram. 
   Todos fomos moldados pela geografia, alimentação, ancestralidade, desejos e frustrações. 
   O que para mim é certo, pode ser errado no outro lado do mundo e o que para mim é normal, para outros, será "pecado".
   As certezas, tornam-nos intolerantes e apelam à violência verbal e não só. 
   Dividem-se as opiniões, criam-se antagonismos e nasce em cada um de nós, aquela força estranha que nos oprime o peito, faz ferver o sangue, crispar a pele e suar a fronte. 
Resultado de imagem para refugiados africanos   A nossa carga emocional, concentra-se em imagens e por isso, o corpinho morto de uma criança que não conseguiu chegar a terra, fugido de um cenário de terror, sobrepôs-se a todos os milhares que sucumbiram pelo caminho, incógnitos, como o drama daquele bebé, falado numa reportagem sem horário nobre nem foto nos jornais que ainda tentava sugar a última gota de leite de sua mãe já morta, após vários dias de desidratação e fome.
  Refugiados, não são apenas aqueles que fogem da Síria, de cor idêntica à nossa. 
  Refugiados, deveriam ser todos aqueles a quem os países ricos hoje atiram migalhas, em vez de lhes criarem, ou ter criado, as infraestruturas e a adequada formação, para que possam auto- abastecer-se, lutar pelos seus direitos e saberem eleger líderes sérios e não fantoches orquestrados por interesses alheios, geralmente protegidos e apoiados pelos Estados que os oprimiram.       
  África, tem sido o espelho vivo de ditadores ferozes, crimes e fome. Há muito que o seu povo foge, mas não interessa chamar-lhes refugiados, porque são apenas"nódoas" em países "civilizados" que aproveitam a sua mão de obra barata e quase sempre ilegal.
   A "Primavera Árabe", abanou o Ocidente, pelas suas possíveis repercussões em outros lugares, sobretudo, onde a religião Muçulmana se arreigara mais que a Católica e África, rapidamente  aderiu a esses ideais perigosos. 
  O Afeganistão e o Iraque, foram alvos fáceis de atingir e os EU tomaram a liderança, seguidos dos seus comparsas europeus. 
  Era a grande oportunidade económica, mas não aconteceu, como a haviam planeado!
  A preparação e treino de exércitos locais para o combate e o seu armamento, criaram o "monstro" que os viria a assombrar.
  Os "Mujahidin", grupos de voluntários para a guerrilha, foram criação ocidental, mas que mudaram de lado, crescendo no fanatismo político à sombra da adulteração dos ensinamentos do Corão.
   Instalou-se então o caos, a violência e o contágio africano que tanto se temia.
   Os Boko Haram, no norte da Nigéria, são a prova desse contágio de ideologias fanáticas e sangrentas e a morte prospera, nessas paragens pobres, sem que os mortos tenham direito a serem sequer contabilizados e chorados pelo mundo.
   Os ainda regimes tribais existentes tanto em África como na Ásia, a falta de conhecimentos e a miséria, são campos férteis para estes movimentos radicais.
   As riquezas naturais, outrora exploradas pelo Ocidente, mudaram de mãos, não para melhorar as condições de trabalho de quem lá vive, mas para a continuidade de uma escravatura perversa, em nome de um Deus misericordioso, pintado de medo, pelo poder do sangue e das armas negociadas semi clandestinamente com o Ocidente.
  O vai e vem de "boas intenções" quer da Rússia quer dos EU e Europa, originaram lutas infindáveis, de apoios e arranjos escondidos e que hoje culminam com a fuga de gente desesperada em busca de abrigo e salvação.
  Acaso lhes podemos agora fechar as portas, com argumentos egoístas e baseados na manipulação e na ignorância?
  Um dia, talvez os compêndios de História sejam isentos e possam mostrar a realidade e a extensão das nossas culpas.
  Nunca o saberemos, porque as grandes convulsões mundiais, só mais tarde serão relatadas, sem a influencia dos seus responsáveis, mas pelo menos, desejemos que o mundo seja mais justo e tenha aprendido com os seus erros!