AS CRIANÇAS E A EDUCAÇÃO!
Nos vários anos em que ensinei crianças e adolescentes carenciados e de várias
etnias, verifiquei que o abandono e a violência que a vida lhes proporcionava, se
dirigia normalmente contra os colegas, (bulling) ou contra animais, por estes serem o
elo mais fraco, nos bairros degradados em que viviam. No entanto, essa violência,
não é vista apenas nas cidades grandes, nem nas comunidades mais carenciadas,
porque também leccionei no interior, onde se faziam autênticos massacres a animais,
sob a condescendência dos adultos e até progenitores.
Perante estas situações e por solicitação dos Gabinetes de Apoio, fiz várias acções
de sensibilização nas Escolas onde trabalhei e também em outras, como voluntária.
Infligir dor e sofrimento a um ser vivo, jamais pode ser considerado como um
comportamento saudável no crescimento harmonioso de um menor de idade, assim
como não o é, para um adulto responsável e menos ainda se for Encarregado de
Educação ou Professor.
O Comité dos Direitos da Criança, da ONU, advertiu Portugal em 2014, citando o
seguinte:
“A participação de crianças e adolescentes em actividades taurinas, constitui uma
forte violação dos Direitos da Convenção, doutrinando-as para uma acção violenta”.
Mais adiante, esta Convenção, coloca mesmo o uso de crianças e adolescentes na
tauromaquia, a par do tráfico de droga, como trabalho degradante e perigoso.
A Associação Americana de Psiquiatria, considera a crueldade contra os animais,um
transtorno de comportamento e a 4ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatística
dos Transtornos Mentais, define como transtorno de comportamento, a acção de
ignorar os direitos básicos dos outros, bem como as principais normas sociais e regras
próprias, aplicadas à idade do indivíduo.
A evidência clínica, indica ainda que os sintomas de crueldade para com os animais,
são observados durante as 1ªs etapas do Transtorno Comportamental, frequentemente,
por volta dos 8 anos de idade.
Algumas pesquisas, indicam ainda que em 80% dos lares, nos quais o Controle
Animal, encontrava animais maltratados, havia antecedentes de abuso físico,
negligência familiar e sobretudo afectiva.