domingo, 13 de setembro de 2015

Sem fronteiras, raças, ou credos




SEM  FRONTEIRAS, RAÇAS, OU CREDOS!

                          O Coração não tem marcos nem fronteiras!                         Não pode ter cor, idioma, ou argumentos que o travem! 


   A História dos povos, é feita de conflitos, desigualdades, vencedores e vencidos, mas também da dicotomia Amor/Ódio, sempre presente em cada ser humano. 
   A compreensão do mundo, baseia-se, não no homem em si, mas naquilo que o seu habitat, estrutura familiar e social lhe forneceram. 
   Todos fomos moldados pela geografia, alimentação, ancestralidade, desejos e frustrações. 
   O que para mim é certo, pode ser errado no outro lado do mundo e o que para mim é normal, para outros, será "pecado".
   As certezas, tornam-nos intolerantes e apelam à violência verbal e não só. 
   Dividem-se as opiniões, criam-se antagonismos e nasce em cada um de nós, aquela força estranha que nos oprime o peito, faz ferver o sangue, crispar a pele e suar a fronte. 
Resultado de imagem para refugiados africanos   A nossa carga emocional, concentra-se em imagens e por isso, o corpinho morto de uma criança que não conseguiu chegar a terra, fugido de um cenário de terror, sobrepôs-se a todos os milhares que sucumbiram pelo caminho, incógnitos, como o drama daquele bebé, falado numa reportagem sem horário nobre nem foto nos jornais que ainda tentava sugar a última gota de leite de sua mãe já morta, após vários dias de desidratação e fome.
  Refugiados, não são apenas aqueles que fogem da Síria, de cor idêntica à nossa. 
  Refugiados, deveriam ser todos aqueles a quem os países ricos hoje atiram migalhas, em vez de lhes criarem, ou ter criado, as infraestruturas e a adequada formação, para que possam auto- abastecer-se, lutar pelos seus direitos e saberem eleger líderes sérios e não fantoches orquestrados por interesses alheios, geralmente protegidos e apoiados pelos Estados que os oprimiram.       
  África, tem sido o espelho vivo de ditadores ferozes, crimes e fome. Há muito que o seu povo foge, mas não interessa chamar-lhes refugiados, porque são apenas"nódoas" em países "civilizados" que aproveitam a sua mão de obra barata e quase sempre ilegal.
   A "Primavera Árabe", abanou o Ocidente, pelas suas possíveis repercussões em outros lugares, sobretudo, onde a religião Muçulmana se arreigara mais que a Católica e África, rapidamente  aderiu a esses ideais perigosos. 
  O Afeganistão e o Iraque, foram alvos fáceis de atingir e os EU tomaram a liderança, seguidos dos seus comparsas europeus. 
  Era a grande oportunidade económica, mas não aconteceu, como a haviam planeado!
  A preparação e treino de exércitos locais para o combate e o seu armamento, criaram o "monstro" que os viria a assombrar.
  Os "Mujahidin", grupos de voluntários para a guerrilha, foram criação ocidental, mas que mudaram de lado, crescendo no fanatismo político à sombra da adulteração dos ensinamentos do Corão.
   Instalou-se então o caos, a violência e o contágio africano que tanto se temia.
   Os Boko Haram, no norte da Nigéria, são a prova desse contágio de ideologias fanáticas e sangrentas e a morte prospera, nessas paragens pobres, sem que os mortos tenham direito a serem sequer contabilizados e chorados pelo mundo.
   Os ainda regimes tribais existentes tanto em África como na Ásia, a falta de conhecimentos e a miséria, são campos férteis para estes movimentos radicais.
   As riquezas naturais, outrora exploradas pelo Ocidente, mudaram de mãos, não para melhorar as condições de trabalho de quem lá vive, mas para a continuidade de uma escravatura perversa, em nome de um Deus misericordioso, pintado de medo, pelo poder do sangue e das armas negociadas semi clandestinamente com o Ocidente.
  O vai e vem de "boas intenções" quer da Rússia quer dos EU e Europa, originaram lutas infindáveis, de apoios e arranjos escondidos e que hoje culminam com a fuga de gente desesperada em busca de abrigo e salvação.
  Acaso lhes podemos agora fechar as portas, com argumentos egoístas e baseados na manipulação e na ignorância?
  Um dia, talvez os compêndios de História sejam isentos e possam mostrar a realidade e a extensão das nossas culpas.
  Nunca o saberemos, porque as grandes convulsões mundiais, só mais tarde serão relatadas, sem a influencia dos seus responsáveis, mas pelo menos, desejemos que o mundo seja mais justo e tenha aprendido com os seus erros!
         
   

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