PORTUGAL DOS PEQUENINOS
Somos um país de turistas, de pobreza envergonhada e de sobreviventes subservientes!
Somos aqueles que até a língua se confunde com o espanhol para quem nos visita, aqueles que recebem bem, bajulam e se derretem.
Somos o país onde se confunde a verdadeira Cultura com "tradições"selvagens, na triste ilusão de que isso nos poderá trazer o respeito e a grandeza que se foi perdendo ao longo dos séculos!
Somos o Portugal saudosista no romantismo de Sintra , manchada pelo revivalismo obsoleto das suas charretes ultrapassadas, puxadas por cavalos exaustos, sequiosos e fracos e de um Município pouco esclarecido que se preocupa mais com o fardamento dos cocheiros, do que com a degradante imagem que a sua falta de ética, dá ao mundo.
Somos o "Portugal dos pequeninos", porque a pequenez de quem manda, reside ainda num passado de ignorância, de desvario e insensibilidade!
Sintra de Bayron, o poeta irreverente que parece ter adivinhado os pensamentos mais íntimos dos muitos Presidentes de Câmara atrapalhados deste país, com esta frase genial:
" Sabemos tão pouco do que estamos a fazer neste mundo, que eu me pergunto a mim próprio se a própria dúvida não está em dúvida..."
Talvez tivessem existido muitas dúvidas no poeta e também na Câmara de Sintra, mas o que aqui importa, é que esta visão dantesca, para gente esclarecida, de pobres cavalos abusados e mal tratados, aguardando ao sol a clientela para "passeios românticos" que os obrigarão a esforços e sacrifícios injustos, não pode ser senão, a etiqueta manchada de quem não sabe, ou tem medo de transformar as suas dúvidas, na gritante evidência das certezas...